sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Iaciara, a luz da lua





Com o que sonhavas quando, menino, deitavas em teu branco travesseiro
e te deixavas ir para vastos mundos distantes?
Queria ver-te, então, nesses instantes
os ternos olhos fechados e a boca entreaberta
a mãozinha levantada aos céus, querendo tocar as estrelas

Desejaria ter-te conhecido então, e saber quem foi o menino
que gerou este homem, que agora vejo,
tão terno, carinhoso e calmo, mas de coração guerreiro
Quisera deslizar no tempo, e juntar-me a ti, ainda menina
e viver ao teu lado a inocência de meus primeiros anos
como companheiros de sonhos e silêncios, olhando os passarinhos
e contando formigas no chão, absortos e serenos.

Crescemos separados, mas partes do mesmo corpo cósmico,
E tanto a vida nos unia, que sonhamos ambos o sonho do mesmo amor
Tenho saudade do tempo que não passei contigo
Tenho carinho pelo menino que eras, como amor eu tenho pelo homem que és
Pois um está no outro, e está em ti também
todos os seres que foste, por esses séculos sem fim.

Conta os passarinhos...cada um é uma recordação, átomos do mesmo Pai
Cada raio de luz, uma estrela que já se foi, cada verso, cada saudade,
um eco do paraíso onde nossas almas viveram e para onde irão voltar.
Com o que sonhavas, quando menino?
Eu sempre sonhei te amar...


Bíndi, com todo amor, para Ghost