segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Indestrutível



A chuva faz brilhar o asfalto em gotas prateadas
e onde o castigo do estio secou plantas, rios e até os olhos
de quem nem mais chorar podia
Brotou nova esperança, alento, e energia
As orações foram ao céu, e pareceu que o céu enfim lhes respondia
Mas um pouco mais além, no povoado não muito distante
profano temporal arrancou árvores, telhados, fez rodar no vento
a paz, as casas, as obras feitas de sonho e alvenaria 
Desalentados ao relento, aquela gente 
De olhos postos no céu a chuva maldizia
A mesma chuva, a mesma água que caía
Podia representar tanto bênção quanto maldição
A chuva é então...um mal ou bem?
De que essência, má ou boa é feita o trovão?
Há o mal? Há o bem? Há o bom ou ruim ou então
tal dependerá de quão preparados estamos para receber
o que a vida nos trouxer, de chofre, de roldão?
Há quem diga que a alma precisa ser arada
ser cinzelada, e passada ao fogo
para que seja maleável a todas as situações
Já que nunca saberemos de antemão
se é "bom" ou "mau" o que nos traz os ciclos do porvir.
O que devo fazer, então...? Aprender... E deixar-me ir.


Bíndi